5 Sinais de que o seu Otimismo está a Prejudicar a sua Equipa

otimismo

Artigo traduzido e adaptado de “5 Signs Your Optimism Is Hurting Your Team”

A liderança prospera com uma perspetiva positiva. A sério. O otimismo pode energizar a sua equipa, inspirar novas ideias e dar às pessoas a oportunidade de se sentirem ouvidas.

Mas há uma linha ténue entre uma atitude positiva e o seu contraponto prejudicial: a positividade tóxica. Quando o seu otimismo se torna excessivo ou desvalorizador, pode deixar os outros à sua volta frustrados e com a sensação de que não são ouvidos.

“O problema de se ter sempre uma perspetiva positiva sobre tudo é que isso invalida os sentimentos e as experiências dos outros”, afirma Neal Lester, professor na Universidade Estadual do Arizona e diretor fundador do Project Humanities, que promove o diálogo e a ligação interdisciplinares. No seu cerne, “trata-se de uma falta de empatia; de não reconhecer onde as pessoas estão e o que estão a passar.”

A positividade tóxica muitas vezes resulta do desconforto com emoções negativas, diz Whitney Goodman, terapeuta e autora de Toxic Positivity: Keeping It Real in a World Obsessed with Being Happy. Abraçar o otimismo não é, claro, algo negativo, mas “há um tempo e um lugar para isso”, diz. “Para ser um comunicador, colega ou chefe mais eficaz, é preciso saber lidar com emoções difíceis e estar disponível quando as pessoas partilham as suas preocupações.”

Reconhecer os sinais de positividade tóxica em si próprio pode não ser fácil, mas é essencial para criar ligações genuínas e apoiar a sua equipa. Eis o que os nossos especialistas sugerem que observe nos seus comportamentos, palavras e atitudes — e formas melhores de reagir.

Sinal nº 1: Minimiza rapidamente os problemas dos seus colegas.

Um colega confidencia-lhe que está com dificuldades num projeto exigente; o seu instinto é confortar rapidamente, dizendo algo como “Vai correr tudo bem” ou “Não penses demasiado nisso”. Embora bem-intencionadas, estas respostas são contraproducentes e contribuem para a positividade tóxica, diz Lester. “Quando alguém está a viver algo que considera problemático ou assustador, e lhe dizemos para não se preocupar ou que tudo vai ficar bem, isso é invalidante”, afirma. “Não está a ouvir verdadeiramente o que essa pessoa está a dizer.” Além disso, está, sem querer, a criar um ambiente em que os membros da equipa não se sentem apoiados.

Em vez disso: Dê prioridade a “ouvir, compreender e validar”, aconselha Goodman. Reconheça a realidade da outra pessoa, acrescenta Lester. “Esteja presente onde as pessoas estão, em vez de tentar levá-las para onde gostaria que estivessem.” Resista à ideia errada de que resiliência é sinónimo de dureza. “Temos esta ideia de que as pessoas têm de demonstrar individualismo extremo e capacidade de se levantarem sozinhas,” diz. “Mas isso não corresponde à experiência humana.” É normal sentir dificuldades, estar em baixo e precisar de ajuda.

Sinal nº 2: Encarar os céticos como ‘pessoas difíceis’.

Tem um colaborador que parece ter sempre uma crítica ou um problema. Acha que é o pessimista do escritório ou simplesmente “difícil”. Mas esta perceção pode ser um sinal de positividade tóxica, diz Goodman. “Uma forma comum disto se manifestar no trabalho é demonizar quem levanta preocupações, rotulando-os de queixinhas ou demasiado críticos.” Quando surgem questões, pode descartá-las com frases como: “Devias era estar grato pelo que tens” ou “Poderia ser pior.” Isso transmite a ideia de que as preocupações deles não são válidas.

Em vez disso: Reconheça o valor das vozes críticas na sua equipa. “Precisa de pessoas que indiquem quando algo não está a funcionar”, diz Goodman. Promova um ambiente de segurança psicológica, onde os membros da equipa possam falar abertamente sem receio ou culpa. Goodman refere que alguns líderes acreditam, erradamente, que permitir que os membros da equipa se abram vai comprometer a produtividade. Mas, na realidade, “quanto mais espaço damos às pessoas para partilharem, mais saudável se torna o local de trabalho”, afirma. “É quando se reprime ou se silencia alguém que surgem explosões.”

Sinal nº 3: Está sempre a ver ‘o lado positivo’ e a encontrar ‘o lado bom’ das coisas.

“Não se pode apreciar o sol sem a chuva.”

“O que não nos mata torna-nos mais fortes.”

“Tudo acontece por uma razão.”

Estas frases feitas podem fazer com que pareça o oposto de uma pessoa pessimista, mas muitas vezes mascaram positividade tóxica, diz Lester. Além disso, estas expressões vazias e reconfortantes podem soar a insinceras e paternalistas, nota Goodman. “As pessoas percebem que está a tentar fazê-las calar — e muitas vezes é exatamente isso que está a fazer.”

Em vez disso: Evite lugares-comuns. Goodman recomenda ouvir ativamente para compreender o que o seu colega precisa naquele momento. Estudos mostram que quando os líderes praticam isto, os colaboradores sentem-se menos ansiosos e mais conscientes de si próprios. “No fundo, as pessoas querem sentir-se compreendidas”, afirma. Inspire-se nos terapeutas, que muitas vezes reformulam o que ouvem para garantir que entenderam bem. Use frases empáticas como: “Estou do teu lado”, “Isso faz sentido” ou “Quero ajudar-te.” Não presuma que sabe como a outra pessoa se sente ou projete a sua própria experiência, acrescenta Lester. “Mesmo que calçássemos o mesmo número, os nossos pés sentem o sapato de forma diferente.”

Sinal nº 4: Passa imediatamente para o modo de resolução de problemas quando os colegas estão em baixo.

Quando um membro da equipa partilha o peso de uma situação de trabalho stressante, lança-se imediatamente num rol de soluções: “Já tentaste isto? E aquilo? O que devias fazer era…” Esta pressa em resolver o problema transmite a ideia de que os sentimentos do colega são algo a ser resolvido, em vez de reconhecidos e validados, diz Lester. Pode ter ignorado o facto de que “o seu colega não pediu ajuda”, afirma. Só queria ser ouvido.

Em vez disso: Dê espaço para que o colega desabafe e expresse as suas emoções antes de oferecer soluções, aconselha Lester. “Ouça para compreender, não para responder.” O seu instinto de ajudar é louvável, mas resista ao impulso de apresentar respostas logo à partida. Se mais tarde quiser direcionar a conversa para uma perspetiva mais positiva, Goodman sugere que se foque no que é “realista e alcançável para essa pessoa”, em vez de pensar no que resultaria consigo. “Só porque algo funcionou consigo, não quer dizer que vá funcionar com os outros.”

Sinal nº 5: Não resiste a partilhar pensamentos positivos no LinkedIn.

As redes sociais são terreno fértil para a felicidade performativa, com selfies ao pôr-do-sol e imagens cuidadosamente editadas de vidas idealizadas. No que toca ao entusiasmo no trabalho, o LinkedIn é o palco principal, diz Goodman. Publicações sobre estar “profundamente orgulhoso” de colegas e empresas, “entusiasmado por anunciar” novos cargos e a exibir “conquistas incríveis” dominam o feed.

Partilhar boas notícias pode ser uma estratégia profissional válida e elogiar os outros é algo positivo, mas se publica constantemente para projetar uma imagem animada, isso pode ser sinal de positividade tóxica. A necessidade constante de parecer positivo pode criar uma fachada onde tudo parece perfeito, levando à pressão para estar sempre feliz e bem-sucedido, diz Goodman.

Em vez disso: Reflita antes de escrever uma publicação cheia de floreados. Não se trata de “partilhar as partes mais difíceis da sua vida na internet”, diz Goodman, mas sim de garantir que não está a usar a positividade como forma de lidar com as suas emoções. Procure pessoas com quem possa ser honesto. “Pode ser perigoso não ter alguém na vida com quem possa ser real ou nenhum outro espaço para processar emoções”, afirma. “É importante ter essas relações, tanto no local de trabalho como fora dele.”

Identificar e combater a positividade tóxica não significa abandonar o otimismo. Afinal, “ter esperança não é tóxico”, diz Lester. Mas é importante construir um ambiente de trabalho onde os colegas se sintam ouvidos e compreendidos. A chave está em saber ouvir, demonstrar apoio genuíno e permitir que as pessoas sintam o que têm de sentir — mesmo quando é difícil.

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