Poucas pessoas procuram novas graduações depois de uma certa idade, embora estatísticas recentes indiquem que existe um número crescente de pessoas a tirar cursos na universidade. Algumas pessoas nunca gostaram da escola, nunca gostaram de se sentar numa mesa, horas a fio, ou de fazer cursos teóricos. Toda a gente tem limitações de tempo e dinheiro – ou por ter filhos, ou pelo trabalho, ou por questões sociais – isso torna o ensino adicional quase impraticável ou impossível.
À medida que o tempopassa, aprender não é simplesmente colecionar graduações ou frequentar aulas.Livros, cursos online, programas de desenvolvimento profissional, podcasts e outros recursos nunca foram tãoabundantes ou acessíveis como hoje, tornando mais fácil do que nunca aaprendizagem. Todos os dias, existe a oportunidade de atingir o desenvolvimentointelectual de diversas maneiras, adaptadas ao estilo de cada um.
Então, por que é queessa oportunidade não é mais aproveitada? É certo que o tempo que se gasta valea pena. E, mesmo assim, por que é tão difícil arranjar esse tempo? É, então,necessário ter alguns pontos em mente:
Os investimentos em educação são um imperativoeconómico. Os vínculos entre a educação formal e os ganhos aolongo da vida têm sido estudados. Em 2015, uma investigação concluiu que homense mulheres podem ganhar mais 655 mil dólares e 445 mil dólares, respetivamente,durante a carreira, com um bacharelato do que com um diploma de ensino secundário.Fora das universidades, a aprendizagem contínua e o desenvolvimento de competênciassão essenciais para a economia e para os avanços tecnológicos. O jornal ‘TheEconomist’ destacou, recentemente, as diferentes formas que o contexto profissionaladquire ao longo do tempo – o poder disruptivo da automação, o número crescentede empregos que exigem conhecimentos especializados em programação – e os empregadoresque, cada vez mais, necessitam que os colaboradores se concentrem no domíniodas novas tecnologias e habilidades. Em 2014, um relatório estimou que 50% dosempregos seriam redundantes até 2025, devido à inovação tecnológica. Mesmo queesse número se revele exagerado, é verdade que o cenário económico de 2017 estáa evoluir mais rapidamente do que no passado. As tendências, incluindo ainteligência artificial e a robótica, significam mudanças constantes nanatureza do trabalho. E ‘navegar’ nesta paisagem sempre em mudança requer uma aprendizagemcontínua e um crescimento pessoal.
A aprendizagem é positiva para a saúde. Ler, mesmo por curtos períodos de tempo, pode reduzirdrasticamente os níveis de stress. Um relatório recente observou que, embora aatividade cognitiva não possa alterar a biologia da doença de Alzheimer, asatividades de aprendizagem podem ajudar a atrasar os sintomas, preservando aqualidade de vida das pessoas. Outras pesquisas indicam que aprender a tocar umnovo instrumento pode compensar o declínio cognitivo, e que aprender novas edifíceis skills, em idade avançada,está associado à melhoria da memória.
Estudos mostram queexiste uma relação entre longevidade e educação. Um artigo de 2006 sugere queum ano de educação formal adiciona mais de meio ano de vida.
Ser curioso temprofundos benefícios pessoais e profissionais. Embora poucos estudos validemesta observação, aqueles que se dedicam a aprender, e que demonstram sercuriosos, estão quase sempre felizes e são mais comprometidos, social eprofissionalmente, do que aqueles que não o fazem. A curiosidade intelectual atraios outros. Pense no melhor conversador que conhece. Ele/a faz boas perguntas? Estábem informado/a? Provavelmente, os colegas de trabalho mais admirados pela suaperspicácia profissional são intelectualmente vibrantes e open-minded, e são mais dedicados e comprometidos a aprender e acrescer.
A capacidade de aprendizagem é uma pedra angular daevolução e motivação humana. As pessoas sãodotadas, exclusivamente, da capacidade de aprendizagem, criação e avançointelectual. O sentimento de dever cumprido, de progresso revolucionário quetodos sentem quando terminam uma tarefa difícil, seja ela qual for, é umaexperiência eletrizante. E mesmo que a educação não tenha impacto na saúde, naprosperidade ou na posição social, é extremamente útil e funciona como umaexpressão daquilo que torna cada pessoa especial e única.
Os motivos paracontinuar a aprender são muitos, e a importância da aprendizagem ao longo davida não é apenas um imperativo económico, mas também um imperativo social,emocional e físico. Atualmente vive-se numa época de oportunidades deaprendizagem e desenvolvimento. Capturar essas oportunidades – manter acuriosidade e a humildade intelectual – pode ser uma das atividades maisgratificantes da vida.
Texto adaptado do artigo da autoria de John Coleman publicado a 07 de fevereiro de 2017 disponível em goo.gl/Ldqww3.