
Chris é gerente sénior de um estúdio de design em Nova Iork e… não consegue dormir! A sua mente está agitada, a pensar no monte de tarefas que tem no escritório. Katrina, uma gerente de produção de uma editora bem conhecida, é distraída por emails de trabalho ao jantar. O seu parceiro reclama, dizendo que Katrina “parece não ser capaz de desligar em momento algum”.
Mas eles não são os únicos a ter dificuldade em desprender-se dos seus empregos no final do dia. De acordo com um estudo sobre o desempenho dos trabalhadores, a incapacidade de criar uma rutura entre o tempo profissional e o tempo pessoal classificou-se entre as dez situações mais stressantes na vida. A tecnologia, obviamente, exacerbou o problema oferecendo, ao mesmo tempo, conveniência e a imposição, colocando os locais de trabalho a um ecrã de distância. Como podemos fazer um trabalho melhor deixando o trabalho no trabalho e, dessa forma, tornar as nossas vidas em casa mais prazerosas e menos stressantes?
Deborah, na sua prática como orientadora, encoraja a criar rotinas de fim de dia, criando uma barreira psicológica entre os dois mundos. Quando ela e os seus colegas testaram as cinco estratégias seguintes, com um grupo de 26 gestores, a percentagem de pessoas que sentiu resultados positivos saltou de 40% para 68%.
Antes de deixar o escritório…
Faça uma pequena tarefa. Faça um breve telefonema, assine um documento ou responda a um email. Desta forma, termina o dia com uma nota positiva de conclusão. Há gratificação ao saber que escolheu terminar uma tarefa e que, amanhã, tem menos uma coisa para fazer. E, tal como mostra a pesquisa de Teresa Amabile e Steven Kramer, autores do The Progress Principle, mesmo estas “pequenas vitórias” podem melhorar o humor.
Escreva uma lista de tarefas. Em papel ou digitalmente, registe todas as tarefas que tem pendentes, de preferência, por ordem de importância. A prática de criação de listas é uma das três habilidades mais eficazes para melhorar o desempenho no trabalho e reorientar positivamente o stresse.
Arrume a área de trabalho. Colocar as coisas de forma organizada irá orientá-lo melhor para começar a trabalhar no dia seguinte. Nesse mesmo estudo colaborativo, gestores e não gestores relatam que, quando deixam as suas mesas ou escritórios desordenados, a frustração e a pressão que sentem nesse dia são reativadas na manhã seguinte. Então, a ideia de ter uma mesa arrumada equivale a uma mente fresca.
Escolha uma ação específica que simbolizará o fim do pensamento sobre o trabalho. Por exemplo, bloquear a porta do escritório, desligar o monitor ou ligar para casa. O uso consistente dessa âncora permitirá que controle as suas emoções e que mude seu estado mental. A pesquisa de Francesca Gino e Michael Norton mostrou o poder destes rituais ou rotinas.
Comece a noite com uma nota positiva. Em vez de cumprimentar amigos e membros da família com a típica frase: “Como correu o dia?” – abrindo a porta para a discussão do trabalho negativo ou do stresse escolar – seja mais específico. Pergunte o que de bom ou emocionante lhes aconteceu nesse dia, e comece uma conversa sobre isso. E, se alguém perguntar: “Como foi o seu dia?”, resista a explicações longas, a menos que pense que elas podem ajudar a resolver uma preocupação suspensa.
Esta estratégia de cinco etapas exige tempo e esforço – cerca de 10 a 15 minutos por dia. Embora algumas dicas e técnicas possam não parecer novas, podem ser altamente eficazes quando usadas em sequência e em combinação, reduzindo significativamente os sentimentos de stresse e melhorando o equilíbrio entre trabalho e vida.
Texto adaptado do artigo da autoria de Deborah Bright, publicado a 23 de novembro de 2017 em: https://goo.gl/VaDB38.