Equipas com elevado rendimento desenvolvem mais confiança

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Artigo traduzido e adaptado de “How High-Performing Teams Build Trust

Se é líder com vasta experiência, certamente já compreendeu a importância da confiança e que equipas com elevado rendimento desenvolvem mais confiança. Esta é a base sobre a qual se edifica o envolvimento, a criatividade e a produtividade dos colaboradores. Em contrapartida, a falta de confiança gera stress, aumenta o risco de burnout e potencia a vontade de abandonar a empresa. Portanto, é crucial para qualquer líder que aspire a formar uma equipa de alto desempenho promover ativamente a confiança.

A discussão acerca da construção da confiança no local de trabalho tende a concentrar-se na dinâmica entre gestores e funcionários. Embora relevante, esta perspetiva abrange apenas parte da questão. De igual ou maior importância é o fortalecimento da confiança entre colegas de equipa. Afinal, a maior parte do tempo, os colaboradores trabalham e interagem em equipa, frequentemente sem a presença direta do seu superior.

Como conseguem, então, as melhores equipas desenvolver tal confiança entre os seus membros?

A minha equipa na ignite80 interrogou 1000 funcionários americanos para identificar equipas de elevado desempenho e extrair lições das suas abordagens.

A pesquisa revelou que apenas 8.7% dos inquiridos classificaram a sua equipa com a pontuação máxima de desempenho. Identificámos cinco comportamentos-chave que diferenciam estas equipas no que toca à confiança:

 

As equipas de elevado rendimento não deixam a colaboração em mãos alheias 

Quando estão prestes a lançar um projeto, as equipas seguem uma certa cadência: são alocadas tarefas e começam a trabalhar. Por outro lado, as equipas de elevado rendimento começam quase sempre por discutir como é que vão trabalhar em conjunto, definem o caminho a seguir para serem evitadas más interpretações e suavizar a colaboração.  

Quantas vezes tem uma conversa sobre colaboração? No seu novo livro, Como trabalhar com (quase) toda a gente (How to Work with (Almost) Anyone), Michael Bungay oferece uma série de instruções que os colegas de equipa podem usar para conduzir aquilo que ele chama de “Conversas chave” antes de iniciar um projeto. Os colegas revezam-se para partilhar: 1) as tarefas nos quais eles têm melhor desempenho, 2) as suas preferências de comunicação e 3) colaborações bem-sucedidas e malsucedidas que viveram no passado. De forma critica, Bungay Stanier também recomenda a criação proativa de uma estratégia para quando as coisas não correm bem, convidando os elementos da equipa a elaborar um plano para lidar com qualquer interrupção na colaboração, no caso de elas ocorrerem.  

Em última instância, as instruções mais precisas que a sua equipa usa para definir a colaboração, são menos importantes do que um diálogo envolvente sobre a forma como se vai trabalhar em conjunto. Desta forma, está-se a desenvolver a confiança a marcar o respeito pelas preferências e pontos fortes dos outros, assegurar acordo durante o processo, e a convidar os elementos da equipa a falar quando observam oportunidades de melhoria.  

 

Equipas de alto desempenho mantêm os colegas informados 

Outra variável que diferencia as equipas de alto desempenho é o facto de proactivamente partilharem informação.  

A transparência não só fomenta a confiança, também motiva a criatividade, o desempenho e a rentabilidade. O contrário, quando os colegas retêm informação dos seus colegas, verifica-se a existência de assuntos pendentes. “Esconder conhecimento”, tal como é referido na literatura, sugere muitas vezes falta de confiança psicológica ou uma luta escondida pelo poder.  

No nosso estudo, descobrimos que os elementos de equipas de elevado rendimento são muito mais responsáveis por manter os outros informados, em vez de esperar que seja a chefia a fazê-lo. Por outras palavras, eles não só evitam esconder informação, eles desviam-se do seu caminho para manter os colegas informados, o que cria uma cultura de inclusão.  

 

Equipas de alto desempenho partilham o mérito 

Receber apreço por um trabalho bem feito não é simplesmente compensador, também é uma forma muito importante de desenvolver o espírito de equipa, o que normalmente acontece nas equipas de elevado desempenho.  

Em vez de apreciar o reconhecimento de mérito sozinho, os elementos de equipas de elevado desempenho partilham muito mais o reconhecimento dos seus feitos com os colegas de equipa, ou agradecem aqueles que foram importantes para alcançar o sucesso. Ao fazer isto, aumentam a probabilidade dos colegas se sentirem valorizados e promovem uma norma de reciprocidade, o que contribui para uma experiência de confiança.  

É uma abordagem interessante, não só porque promove o trabalho em equipa. Estudos recentes indicam que quando partilhamos as nossas conquistas, parecemos mais simpáticos sem parecer menos capazes.  

Equipas de elevado rendimento acreditam que as discussões os tornam melhor 

Há alguns anos atrás, o psicólogo John Gottman observou algo interessante nos casamentos felizes: casais felizes discutiam mais do que aqueles que eram mais infelizes. Mais importante do que o número de discussões, a pesquisa de Gottman mostrou que a diferença está no modo como os casais dirigem as discussões.  

Os casais felizes fazem todo o tipo de coisas para tornar as discussões mais produtivas: eles evitam insultar-se e evitam o sarcasmo, estão mais focados naquilo que eles precisam do que nos erros do parceiro, e usam frases nominais do tipo “Eu” para se expressarem, deixando os parceiros menos defensivos.  

Tal como os casamentos felizes, as equipas de elevado rendimento não vivem menos momentos de conflito. O ponto de diferença está na forma como eles interpretam e respondem às discussões.  

Os nossos resultados mostram que as equipas de elevado rendimento acreditam que as discussões no local de trabalho levam a decisões mais apuradas (por oposição à destruição das relações). Também, avaliam os colegas de equipa como mais eficazes na prevenção de desentendimentos se tornarem pessoais.  

Estas duas constatações estão interligadas. Uma discussão no local de trabalho pode ser vista como uma oportunidade ou ameaça, e a nossa interpretação influência a forma como respondemos. Entre as equipas de alto desempenho, ver o conflito como uma fonte de força transforma o desacordo menos angustiante, reduzindo a frequência com que os colegas atacam.  

Equipas de alto desempenho lidam com a tensão de forma proativa 

Os elementos de equipas de alto desempenho não só interpretam o conflito de modo mais ajustado, mas estão sempre mais disponíveis para resolver o conflito. No nosso estudo, descobrimos que estes elementos estão mais interessados em “saber se aborreceram o colega de equipa”, e mais dispostos a entrar em contacto de forma proativa se “algo não correu tão bem com o meu colega de trabalho.” 

Ambas as respostas refletem uma tendência mais ampla entre as equipas de alto desempenho em adotar uma mentalidade construtiva quando se trata de relacionamentos com colegas. Este termo, é normalmente usado para descrever a forma como as pessoas bem-sucedidas respondem aos obstáculos: acreditam que os resultados podem ser melhorados através do esforço, aprendizagem e perseverança.  

Os elementos de equipas de alto rendimento têm uma perspetiva semelhante quando se trata de relacionamentos no local de trabalho. No nosso estudo, estes elementos estão mais disponíveis para concordar com as afirmações “mesmo as melhores relações profissionais têm os seus altos e baixos” e “a maioria das relações de trabalho pode ser danificada e reparada.” 

Por outras palavras, acreditam que a tensão é temporária e que, com algum esforço, os relacionamentos mais complicados podem ser salvos. Estas opiniões tornam os elementos mais disponíveis para agir face a problemas relacionais ocasionais. 

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Não é surpresa que a confiança é o núcleo das equipas de alto desempenho. Aquilo que a nossa pesquisa mostra é até que ponto essa confiança surge como resultado de interações diárias entre pares que facilitam uma melhor comunicação e um trabalho de equipa mais forte. 

A construção da confiança no local de trabalho não pode nem deve recair apenas sobre os ombros dos gestores. Afinal, a confiança não é transmitida de cima para baixo. A confiança é construída organicamente com base em comportamentos exibidos por todos os membros da equipa que capacitam todos a fazer melhor o seu trabalho.  

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