Numa conversa difícil, ouça mais e fale menos

Quando Jared entrou numa reunião para discutir uma nova abordagem de marketing para um produto, a conversa não correu bem. Cinco minutos de diálogo e a gestora de produto, Françoise, começou a interrompê-lo com perguntas que estavam destinadas serem respondidas e abordadas no fim do pitch. Como a conversa saiu dos trilhos, Jared tentou manter uma atitude calma, enquanto Françoise fazia várias coisas ao mesmo tempo, incluindo enviar, pelo menos, cinco mensagens de texto durante a apresentação. Jared saiu da reunião a sentir-se desprezado e desmoralizado. Françoise saiu a sentir-se irritada – não tinha tempo para se sentar e ouvir uma apresentação mal pensada. Havia trabalho demais a ser feito!

Toda a gente já experienciou este tipo de ‘diálogos’.Talvez no papel de Jared ou no de Françoise. E, quando terminada a conversa, atensão continua no ar. A reunião, afinal, não havia corrido como esperado. E ostress continua a pesar na mente, adicionando mais problemas à carga detrabalho já existente. Para pessoas como Jared ou Françoise, pode levar maistempo a recuperar de um breakdown comunicacionaldo que a evitá-lo em primeiro lugar.

Esteja presente(mesmo!)

Quer esteja a caminho de uma reunião, a fazer umaproposta importante, ou a reunir cara a cara com um colega, a atenção pode serfacilmente dissipada, especialmente quando a mente divaga 50% do tempo, comosugerem várias investigações. Adicionando as dezenas de e-mails, textos,chamadas e mensagens instantâneas que recebemos a cada instante, ficar focado podeser um verdadeiro desafio. Quando somos interrompidos, é preciso muito esforçoe tempo para voltarmos a orientar-nos. O multitasking,especialmente com os meios digitais, pode ter um efeito adverso sobre acapacidade mental e pode afetar a produtividade.

Dadas as agendas ocupadas e as muitas mensagens ee-mails, por vezes não estamos presentes nem quando as pessoas estão à nossafrente. Estamos a pensar em algo que aconteceu antes, ou num artigo queacabamos de ler, ou numa conversa telefónica que acabamos de receber. A menteestá noutro lugar. Quanto mais conseguirmos trazer a nossa mente para opresente, mais fácil e mais natural se torna conectar, ouvir, ser aberto eautêntico.

Para ajudar a permanecer presente numa reunião ou numaconversa, desvie o computador e coloque o telefone em modo avião. Melhor ainda,deixe o telefone na secretária. A mera presença de um telefone pode fazer comque as pessoas se sintam menos conectados umas com as outras, prejudicando a capacidadede comunicação.

Se tiver um momento antes da reunião, em vez de tentarenviar e-mails, medite ou faça alguns exercícios de respiração. Esvazie a mentepara poder estar totalmente presente, atento e no auge das suas capacidades.Mesmo que tenha apenas um segundo antes de atender um telefonema ou de entrar numasala de conferência, pause e respire fundo. Talvez até se possa lembrar de sorrir.

Ouça mais!

Esta sabedoria já tem algum tempo: Temos duas orelhase uma boca, por isso devemos ouvir mais do que aquilo que falamos. Estejagenuinamente curioso e interessado naquilo que está a ser dito, mesmo que não lheapeteça. Preste atenção às dicas: A pessoa gasta muito tempo num determinadoponto? Ela fica particularmente animada em momentos específicos e menos noutros?Ouvir mais e com curiosidade não só o ajuda a conectar melhor e a entender oque está a ser dito, mas também fornece informações valiosas sobre como podeenquadrar a sua resposta e intervenção na conversa. A partir do momento quecomeçar a ouvir ativamente, o diálogo avança de forma mais construtiva.

Seja mais open-minded!

A comunicação envolve a troca de pontos de vista e,por vezes, as posições são opostas. A menos que abra a mente para as perspetivasdos outros, o terreno comum pode ser difícil de encontrar. E encontrar umterreno comum obriga a escutar os outros e a considerar, realmente, as suasopiniões.

Ser aberto de espírito por vezes pode exigir estaraberto a perceber que está errado. O feedbackdeve acontecer bottom up e top down. Embora este tipo de cultura sejaum desafio, pode revelar-se extremamente benéfico. Cada colaborador deve sentir-seà vontade para criar um plano e dar uma sugestão e, ao mesmo tempo, acaba porse sentir mais motivado.

Enquanto alguém está a falar, observe: Já está a pensarnaquilo que vai responder? Vai responder com um “sim”, seguido por umimediato “mas”? Ou já interrompeu? Esteja recetivo à perspetiva deoutras pessoas. Se está preocupado em não ter a resposta perfeita, pode sempredizer: “Não pensei nisso dessa maneira. Podes dar-me um dia ou dois pararefletir sobre essa questão?”

Ao longo do tempo, ouvir abertamente e atentamente osoutros ajuda a cultivar a confiança. Quanto mais conectado estiver com alguém,mais tende a confiar nessa pessoa, e mais fácil se torna falar. Isso contribuipara uma sensação de segurança psicológica que, de acordo com um estudo da Google,é a chave para equipas de sucesso. A capacidade de assumir riscos e falarabertamente pode ser a diferença entre desmotivar com um erro ou aprender com ele.No final, todos beneficiam.

Texto adaptado do artigo da autoria de Emma Seppala e Jennifer Stevenson publicado em 09 de fevereiro de 2017 disponível em https://hbr.org/2017/02/in-a-difficult-conversation-listen-more-than-you-talk.

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