
Os smartphones tornaram-se o novo alvo para os hackers e outros indivíduos nefastos. Uma vez conectados, os nossos telemóveis oferecem acesso fácil às informações pessoais e financeiras, dando aos hackers a capacidade recolher informações e vendê-las na Dark Web.
Mas, apesar das ameaças crescentes para os smartphones, a maioria das pessoas – e mesmo os executivos corporativos – ainda não toma as precauções básicas de segurança. De acordo com um relatório de 2016 sobre a segurança móvel da Intertrust, o custo de hacks e violações de aplicações móveis chegará aos 1,5 biliões de dólares em 2021. No entanto, a segurança dos dispositivos móveis geralmente recebe menos atenção do que a segurança de sistemas de rede. O mesmo relatório diz-nos que, anualmente, 34 milhões de dólares são gastos no desenvolvimento de aplicações para dispositivos móveis, e apenas dois milhões são gastos na segurança da aplicação. Isto reforça o velho ditado de que o dinheiro gasto em segurança nunca é suficiente, até que haja um incidente… e então, aí, nunca é suficiente.
Existe um enorme leque de formas de os nossos smartphones se tornarem vulneráveis ao ataque. Muitas pessoas usam o smartphone para dois fatores: identificação e reposições de palavras-passe. Toda a gente se sente mais segura quando o banco ou servidor de email envia uma mensagem de texto com um código de verificação de segurança quando se faz login. Mas os hackers podem assumir o controlo do número de telemóvel. Então, todos os códigos de verificação de segurança são enviados diretamente para os hackers, dando-lhes acesso às contas online.
As aplicações são outra forma de os hackers se infiltrarem no telemóvel. O código malicioso pode ser inserido nas versões gratuitas de aplicações populares. Uma vez instalada a aplicação – por exemplo, um software antivírus – os hackers irão solicitar que pague para destruir os vírus encontrados dentro do telemóvel. Se recusar, a aplicação pode desativar completamente o smartphone até fazer o pagamento. É uma espécie de Cavalo de Tróia. Quando perceber o que está a acontecer, já é demasiado tarde.
Estas são apenas duas formas de causar estragos através do smartphone. O que pode fazer para se proteger a si e ao seu dispositivo móvel? Aqui estão 15 dicas simples, que irão torná-lo um alvo mais difícil de atingir:
- Altere imediatamente as palavras-passe de fabrico do seu telemóvel. Evite usar 0000, 1234, o seu aniversário ou códigos similares, fáceis de adivinhar. Evite configurações para login automático ou fazer ‘salvar palavras-passe’. Altere também a palavra-passe do correio de voz frequentemente;
- Mantenha o seu sistema operacional atualizado e faça backup do smartphone regularmente. Instale as atualizações das aplicações e do sistema assim que estiverem disponíveis, porque essas atualizações podem estar a corrigir um problema de erro ou segurança;
- Use um endereço de email dedicado à autenticação e redefinições de palavras-passe. Esse endereço de email deve ser diferente do seu endereço de email pessoal, que pode ser amplamente conhecido;
- Tenha cuidado ao instalar aplicações de fontes desconhecidas, especialmente versões gratuitas de aplicações populares;
- Faça o download de aplicações diretamente da App Store, do Google Play ou de outras fontes oficiais, pois constantemente exibem e removem aplicações suspeitas;
- Não aceda a informações confidenciais (como a sua conta bancária, por exemplo) enquanto usa Wi-Fi público sem garantia;
- Use uma VPN (Rede Privada Virtual) para criar um canal mais seguro entre o seu smartphone e a internet;
- Defina o bloqueio de ecrã do seu telemóvel para se ativar rapidamente quando o telemóvel não estiver em uso;
- Defina o seu telefone para se desligar automaticamente quando forem tentados muitos acessos incorretos (e certifique-se de fazer backup do telemóvel regularmente);
- Desligue o recurso Bluetooth do smartphone quando não estiver em uso;
- Ative o recurso “Localizar o meu telemóvel” para que possa localizá-lo rapidamente se for perdido ou roubado;
- Considere instalar um software de segurança no telefone – mas apenas softwares aprovados e bem conhecidos (geralmente não são gratuitos);
- Tente não manter informações pessoais no seu telemóvel por muito tempo. Mantenha-o o mais “limpo” possível, movendo fotos e documentos para um dispositivo mais seguro;
- Desligue os seus dispositivos quando não estiverem em uso (não basta hibernar), especialmente quando viaja;
- Instale ecrãs de privacidade para os seus dispositivos (estes são ecrãs mate que impedem que os espetadores vejam o que está no ecrã).
Para aqueles que viajam frequentemente para o estrangeiro, principalmente para a China ou outros países com espionagem económica, recomenda-se o uso de telemóveis “descartáveis”, que podem ser destruídos após cada viagem.
Ninguém recupera, facilmente, depois de ser pirateado. Enquanto os computadores sempre foram mais vulneráveis ao ataque, o telemóvel evoluiu para ser o novo alvo dos criminosos. Proteja-se reconhecendo as ameaças antes do tempo e fazendo todos os esforços para evitar estas situações.
Texto adaptado do artigo da autoria de Luke Bencie, Camille Mouillard e Maixme Proud, publicado a 30 de novembro de 2017 em: https://goo.gl/AfuMdT.