Os problemas no mundo dosnegócios são, hoje, demasiado grandes para serem resolvidos apenas por umapessoa. Equipas ágeis são muito mais eficazes na resolução de problemas do que géniossolitários. Então, por que é que se continua a premiar as pessoas maisinteligentes da empresa, em vez daqueles que se destacam no trabalho em equipa?Todos conhecemos os que se exibem em reuniões,mostrando tudo o que sabem e como são engraçados, acabando por conseguir aatenção do chefe.
Talvez, há algum tempo, faziasentido premiar os mais inteligentes da empresa porque, na hierarquiaconvencional, essas são as pessoas que acabam por se tornar líderes. Mas nomundo aberto em que vivemos hoje, onde o melhor trabalho é feito por equipas, épreciso repensar quais os atributos mais importantes.
A inteligência é, inegavelmente,uma qualidade crucial. Quando se supervaloriza as habilidades de um único indivíduoem detrimento do coletivo, quem fica a perder é a empresa. Não é o QI quesepara as melhores pessoas das restantes, mas sim a capacidade de trabalhar emequipa, e é isso que deve ser valorizado.
Há algumas skills que podem ser priorizadas, treinadas e até premiadas deforma a ser construído um trabalho de equipa eficiente.
1. Ouvir ativamente. Quantas vezes é preciso repetir a informaçãouma vez, outra e outra? As grandes equipas são constituídas por pessoas quesabem ouvir.
Tirar notas é sempre uma boamaneira de ‘ouvir’. Admitir a priori que ninguém sabe tudo e que é necessárioregistar os pontos essenciais de uma conversa, são as melhores formas de reterinformação. Levar um caderno e tirar notas em reuniões torna-se útil aquando aexecução da tarefa. Além do mais, quando se tira notas torna-se mais fácilseguir o raciocínio da pessoa e organizar questões que possam surgir. Quando oselementos de uma equipa são ouvintes ativos, todos saem a ganhar, com umtrabalho inteligente e eficiente.
2. Dar e receber feedback honesto. O trabalho de equipa requercomunicação – muita – e esta precisa de ser frequente e constante. Não ésuficiente esperar até ao final do ano, por exemplo, para partilhar o feedback sobre o desempenho de alguém. Épreciso haver um fluxo contínuo de informações entre os membros de uma equipa -e a sua maioria deve ser positiva. A equipa deve ser encorajada a elogiar oscolegas. Isso é mais importante do que criticar.
Ao mesmo tempo, é necessário estardisposto a enfrentar a verdades sobre o desempenho. Os membros da equipaprecisam de entender que uma crítica ao trabalho não é, propriamente, umacrítica pessoal. A ideia é construir um sentido de responsabilidade entre osmembros de uma equipa onde todos se apoiam uns aos outros.
3. Valorizar as contribuições da equipa, não os egos. Todos gostamos de ser vistos como inteligentes e capazes, especialmente no local de trabalho.Mas é através das contribuições para a equipa que se ganha influência econfiança. Os melhores membros das equipas admitem que não têm todas asrespostas. Em vez disso, procuram falar com os colegas, tendo como objetivoencontrar as melhores soluções, em vez de se sobrecarregarem só para poderemdizer que, sozinhos, chegaram a uma conclusão. Ao invés de obter prémiospessoais, os membros da equipa devem valorizar as suas contribuições para as realizaçõesda equipa. E, ao fazê-lo, estão a abrir-se a novas oportunidades.
Aqueles que sabem trabalhar emequipa, normalmente são convidados a participar em mais projetos,permitindo-lhes desfrutar de oportunidades e experiências em váriosdepartamentos da empresa.
Texto adaptado do artigo da autoria deJim Whitehurst, publicado no dia 7 de setembro de 2015 em www.hbr.org
