5 dicas de trabalho colaborativo para os mais introvertidos (e qualquer outra pessoa)

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Artigo traduzido e adaptado de “5 Networking Tips for Introverts (and Anyone Else)“

Os profissionais mais extrovertidos estão, de facto, mais bem equipados do que os introvertidos para estabelecer relações sociais, certo? Afinal, são mais abertos e sentem-se confortáveis a falar com pessoas desconhecidas. 

Errado. Contrariamente ao senso comum, todas as pessoas podem dominar na perfeição a arte de se conectar com os outros. Esta habilidade é mais uma capacidade adquirida do que um talento inato. Até o mais introvertido dos indivíduos, naturalmente tímido nas interações sociais, pode aprender a trabalhar em equipa com sucesso. 

Num estudo recente realizado pelo Lehigh@NasdaqCenter, foram inquiridos 450 profissionais de diversas áreas para identificar os fatores que influenciam, de forma positiva ou negativa, a capacidade de trabalho em rede. Observámos que, independentemente da idade, género, posição profissional ou grau de introversão ou extroversão, as competências necessárias para trabalhar em rede podem ser desenvolvidas, contribuindo para o avanço da carreira. 

Identificámos cinco fatores que auxiliam os introvertidos no trabalho em rede: 

 

1.Flexibilidade Cognitiva 

O nosso estudo revela que a flexibilidade cognitiva, isto é, a capacidade de adaptar o pensamento às diferentes situações que surgem, aumenta a propensão para o trabalho em rede em cerca de 19%, segundo os resultados obtidos. Isto deve-se ao facto de que, quanto mais flexíveis formos cognitivamente, mais ativos seremos na procura de informação e mais abertos a diferentes pontos de vista, facilitando assim a manutenção das relações já existentes e permitindo o estabelecimento de novas. 

Pequenas mudanças na nossa rotina diária, como adotar um caminho diferente para o trabalho, podem aumentar a nossa flexibilidade cognitiva ao obrigar o cérebro a ajustar-se a novos padrões e adaptar-se a novas circunstâncias. Atividades como jogar vídeo jogos, especialmente aqueles que requerem tomada de decisão rápida e multitarefas, podem otimizar o processo de flexibilidade cognitiva. Manter um estilo de vida saudável e praticar a meditação também melhora a capacidade de alternar entre tarefas e adaptar-se flexivelmente. Durante o trabalho em rede, esta capacidade equipa-nos melhor para lidar com colegas, enfrentar diferentes personalidades e responder eficazmente a pistas sociais. 

 

2.Foco na Promoção 

As pessoas dividem-se em duas categorias quanto à competição: umas estão focadas na promoção, lutando para obter resultados positivos, enquanto outras estão focadas na prevenção, concentrando-se em evitar erros e resultados negativos. Os indivíduos do último grupo frequentemente receiam que os outros não demonstrem interesse em falar com eles e têm medo de rejeição caso se envolvam. Por isso, mostram-se relutantes em trabalhos colaborativos. O nosso estudo indica que os profissionais mais focados na promoção, aqueles que almejam ganhar, tendem a ser mais bem-sucedidos no trabalho em equipa, representando cerca de 17% segundo os nossos dados. 

Aqueles com uma tendência para o foco na prevenção podem alterar essa situação. Podem começar por participar em eventos sociais, seja pessoalmente ou online. É importante definir metas de trabalho colaborativo, reconhecer os próprios sucessos e não levar a peito as rejeições, compreendendo que, quando uma tentativa de colaboração falha com uma pessoa, isso pode dever-se a diferenças nas necessidades de cada um. Monitorizar os avanços à medida que a rede de contactos aumenta pode também servir de reforço positivo para continuar a progredir. 

 

3.Valentia Percebida 

A forma como avalia a sua valentia no trabalho colaborativo, ou a sua perceção de autoeficácia no trabalho em equipa, pode ser mais determinante do que a demonstração objetiva de qualquer competência ou talento. Esta autoperceção, aliada à confiança na sua capacidade para colaborar com sucesso, pode influenciar significativamente o seu comportamento. Resumindo, se acreditar que é capaz de trabalhar colaborativamente, é mais provável que isso aconteça. 

A autoeficácia é um preditor significativo da capacidade para o trabalho em rede (até 25% de acordo com o nosso estudo). Para desenvolver a autoeficácia, é crucial estar atento às suas emoções antes de avançar para o trabalho colaborativo, de modo a minimizar o stress e a ansiedade. Substitua pensamentos negativos por autoconversas positivas, como “Eu consigo fazer isto”, “Não há problema em estar nervoso” e “Estou preparado e pronto.” Aproxime-se de colegas com personalidades semelhantes à sua que sejam bem-sucedidos em trabalhos colaborativos. Finalmente, peça feedback encorajador de indivíduos que são proficientes a trabalhar em rede e reforce a sua autoconfiança com perguntas como “Como estou a proceder?” ou “O que fiz bem?” 

 

4.Persistência 

Tal como em muitos outros aspetos da vida, a persistência é um elemento-chave para o sucesso no trabalho em equipa. Esta qualidade pode gerar expetativas positivas sobre o trabalho colaborativo (segundo o nosso estudo, em cerca de 51,5%). Quanto mais persistente for no trabalho em rede, maior será o seu sucesso. 

Com esta ideia em mente, dedique algum tempo, semanalmente, ao trabalho colaborativo, mesmo que seja apenas uma ou duas horas. A disciplina e a consistência são essenciais. O método escolhido — pessoalmente, por telefone, email, ou via LinkedIn — depende das suas preferências pessoais, mas o mais importante é ser persistente. Mantenha-se firme, mesmo em face de rejeição ou desencorajamento. A paciência e o compromisso ao longo deste percurso ajudá-lo-ão a tornar-se um especialista no trabalho colaborativo e a acumular capital social suficiente para avançar. 

 

5.Orientação Temporal Focada no Futuro 

A sua orientação temporal, ou seja, a atenção que dá ao passado, presente e futuro, influencia significativamente as decisões que toma sobre o trabalho colaborativo e, consequentemente, o seu comportamento em rede. Observamos que dos três principais tipos de orientação temporal, a orientação para o futuro — contemplar situações futuras e imaginar o que está por vir — pode melhorar a sua propensão para o trabalho colaborativo (cerca de 12% de acordo com o nosso estudo). 

Como alcançar isso? Dedique mais tempo a pensar no futuro. Quanto mais se concentrar em objetivos a curto e longo prazo, mais facilmente se orientará para alcançá-los, antecipando desafios e oportunidades. Defina como o trabalho colaborativo pode ajudá-lo a alcançar seus objetivos. Informe-se sobre as situações em que deseja estar presente, as instituições envolvidas e as pessoas que possivelmente lá estarão. Pratique iniciar conversas e prepare a sua ‘elevator pitch‘. Ao fazer isso, estará mais bem preparado para enfrentar o que vier pela frente e reduzirá a ansiedade relacionada ao trabalho colaborativo. 

Estas melhorias, mesmo que graduais, podem ter um impacto substancial na sua vontade e capacidade de colaborar com outros. Esta abordagem aplica-se tanto a introvertidos quanto a extrovertidos. Todos podem ser bem-sucedidos no trabalho em rede. 

 

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