Está na hora de deixar de seguir a “Regra de Ouro”

Nova Regra de Ouro

 

“Faça aos outros aquilo que gostaria que lhe fizessem a si.”

Quantas vezes ouviu esta frase ao longo da sua vida? Quando tirava o brinquedo a outra criança ou quando magoava os sentimentos de alguém, de certeza que os seus pais, rapidamente, lhe lembravam a “Regra de Ouro”. Para a grande maioria das pessoas, esta foi a primeira abordagem ao conceito de empatia. E há uma forte possibilidade de consciente ou inconscientemente, ainda utilizar esta frase como guia no modo como se apresenta.

Mas, no moderno mundo do trabalho, com todas as nossas diferentes preferências, base cultural, áreas profissionais, idades, género, orientação sexual, entre outros, tratar os outros como gostaríamos de ser tratados, pode não ser a melhor opção, isto porque, embora possa ser útil, pôr-se no lugar das outras pessoas, poderá levar a conjeturas baseadas na sua perspetiva e não na dos outros.

Está na hora de adotar a “Nova Regra de Ouro”: Faça aos outros aquilo que eles gostam que lhe faça. É uma pequena mudança, mas que pode fazer uma grande diferença. Tudo aquilo que precisa para colocar esta nova mentalidade em prática é a compreensão, a curiosidade e o compromisso.

Desafie as suas crenças

Sou introvertido e gosto de trabalhar a partir do meu escritório em casa, considero que o Zoom é muito mais vantajoso do que as reuniões presenciais. Sinto-me bem e confortável nesta situação. Provavelmente, todos os restantes introvertidos sentem o mesmo?

Claro que não! O facto de eu e outros introvertidos partilharmos este traço de personalidade, não quer dizer que todos partilhem os mesmos gostos. É importante ter isto bem presente quando se pretende implementar a “Nova Regra de Ouro.”

Lembre-se: somos uma mistura única de genes, experiências e desejos. Mesmo que partilhe os traços de personalidade, passatempos, interesses, origens ou geração, não quer com isso dizer que pensam exatamente da mesma maneira. Isto é ainda mais verdade quando consideramos as preferências daqueles que são diferentes de nós.

  • Quando estiver a formular hipóteses sobre outras pessoas, pergunte:
  • Qual a origem destas crenças?
  • Qual a informação que me está a escapar?
  • Porque é que eu penso que as minhas premissas são verdadeiras?
  • Há explicações alternativas ou possibilidades?
  • As minhas suposições são baseadas nas minhas próprias experiências e compreensão do mundo, e, portanto, estou a ser tendencioso?

Generalizar as outras pessoas e as suas personalidades pode ser perigoso, e na maioria das vezes, as generalizações são imprecisas.

Faça perguntas e ouça

Imagine esta situação: É o anfitrião de uma reunião no Zoom e um dos seus colegas apresenta-se de câmara desligada. O que é que lhe passa pela cabeça? Será que se está a passar alguma coisa? Pode não se sentir muito bem hoje. Será que vão fazer muitas tarefas em simultâneo durante a reunião?

Pessoalmente, gosta de manter a câmara ligada, pois sente que presta mais atenção, torna-o mais responsável, e faz com que se sinta mais ligado aos seus colegas. Então, porque é que eles não fazem o mesmo?

Percebe como as suas premissas tomam conta de si tão rápido. Por isso, é que a melhor forma de descobrir como é que alguém gostaria de ser tratado é perguntar. Neste caso, por exemplo, pode perguntar aos elementos da sua equipa se eles preferem as câmaras ligadas ou desligadas durante a reunião, e usar essa informação de modo a criar uma política que deixe todos na mesma situação de conforto.

Algumas questões, modelo, que podem ser úteis quando estiver a indagar a sua equipa:

  • Como é que prefere comunicar – e-mail ou Slack?
  • Esta hora é razoável para reunir?
  • Não tenho a certeza daquilo que queria dizer quando disse [frase]. Será que pode ser mais preciso?
  • Em que formato é que precisa da informação para este projeto?

Nem toda a gente toma a iniciativa de fazer estas questões, por isso, quando tiver dúvidas, não tenha medo de dar a conhecer, aos outros, as suas preferências. Os palpites podem ser enganadores. Dar a conhecer as nossas preferências e questionar mais pode ajudar a desfazer mal-entendidos.

Substitua o “ou” por “e”

Ir além das nossas premissas e ter em consideração as preferências dos outros, não significa por de lado as nossas próprias necessidades. Quando as nossas preferências diferem dos outros, é fundamental procurar uma solução que funcione para todos os envolvidos.

Observe-se a situação da reunião virtual. O seu colega prefere a câmara desligada. No seu caso, prefere a câmara ligada. Esta situação funciona bem para os dois – não tem de ser uma situação dupla, a maneira dele versus a sua. Quanto mais ajustarmos as preferências das pessoas envolvidas, melhor. Assim, quando estiver numa situação aparentemente “ou” dê um passo atrás e procure um “e”.

Claro que pode até haver situações em que não é possível o entendimento. Neste caso, o melhor é procurar um denominador comum. Podem até não concordar em tudo, mas tentem concordar em apenas uma coisa. Tentem alcançar uma vitória para os dois!

Todos nós precisamos de ter um pouco mais de consciência quando fazemos suposições e generalizações. Quando estamos muito presos às nossas perspetivas, acabamos por deixar de lado pontos de vista importantes que estão à nossa volta. Ao adotar a nova “Regra de Ouro” vai ter uma maior sensação de ser visto e ouvido.

 

Texto adaptado do artigo da autoria de Irina Cozma, da revista da HBR da edição de agosto de 2022, disponível em https://bit.ly/3QUXWGQ

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