Manter uma equipa unida em tempos tumultuosos

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O que é que é preciso para que uma equipa trabalhe bem durante 2020 e 2021?

Todos somos oficiais sénior de uma equipa de executivos, responsáveis pelas operações diárias e estratégias do exército americano. Mas apesar do nosso treino militar e dos nossos papeis funcionais, nós somos bastante diferentes.

· O Rich é um director de grupo, é um homem negro da Florida central com conhecimentos de gestão, análise de dados e operações de artilharia. Viveu em Uijeongbu, na Coreia do Sul.

· A Kelly é uma assistente legislativa, é uma mulher branca da Pensilvânia central com formação em jornalismo e ciências políticas assim como serviços médicos. Viveu algum tempo em Izmir na Turquia.

· O Sean o gestor de aquisições, é asiático e cresceu no seio de uma família de militares, estudou engenharia e serviços bancários. Viveu em Fussa, no Japão.

· O Will é um gestor de planeamento, é negro e do sudoeste do Michigan, com conhecimentos de geografia urbana, operações de manobras e comunicação organizacional. Viveu em Grafenwoehr, na Alemanha.

· O Erick é o responsável pela comunicação, é branco e é do Oklahoma central, com formação de base em gestão, estudos militares avançados e mensagens estratégicas. Viveu em Poznan, na Polónia.

· O Isaac, é o relações-públicas, é negro, também pertence a uma família de militares que tem o papel de psicólogo e é também um perito em comunicações. Tem experiência em várias partes do mundo e já viveu em Kaiserlautern, na Alemanha.

O nosso grupo é uma mistura de introvertidos e extrovertidos, na faixa etária entre os 34 e os 47 anos e os nossos vínculos familiares, políticos e religiosos variam muito.

E ainda assim, o nosso grupo passou os últimos 18 meses, um período de pandemia, durante o qual viveu um período eleitoral bastante forte e alguma instabilidade ao nível social, mais unidos do que nunca. Não há dúvida, trabalhar com um grupo heterógeno pode ser mais desafiante do que um grupo mais homogéneo. Há mais oportunidades para mal entendimentos e conflitos, principalmente em alturas em que as tensões pessoais, profissionais, e sociais estão à tona. No entanto, tal como mostra a nossa experiência, estes obstáculos podem ser ultrapassados facilmente com uma boa liderança e trabalho de equipa. Deixamos aqui algumas lições que aprendemos no último ano.

Defina as metas antes dos acontecimentos mais esgotantes.

Quando um membro novo se junta à equipa, eles devem aprender as regras básicas. O nosso objetivo é trabalhar em conjunto e encontrar soluções para os problemas mais complexos, por isso todas as opiniões são bem-vindas. Todos são encorajados a partilhar, com respeito, as opiniões, independentemente do background, idade, conhecimento dos assuntos ou posições políticas, ou até mesmo no nível de convergências com os demais. A ideia é criar um ambiente psicologicamente estável, livre de julgamentos onde é possível experimentar ideias novas.

Mais concretamente, nós estamos focados em certas normas internas, um tipo de contrato social com o objetivo de estabelecer confiança. A equipa concorda em proteger a privacidade dos seus membros; toda e qualquer informação partilhada, quer pessoal, quer profissional, não pode sair do grupo.

Finalmente, reconhecemos que de vez em quando podemos ofender um ou outro, mas que rapidamente devemos lidar e resolver o assunto. Por exemplo, quando um dos elementos da equipa encontrou um email com os nomes listados na parte da assinatura, sentiu-se confortável em perguntar a outro membro da equipa, sem receio de repercussões negativas. O nosso chefe ensinou-nos a formular as perguntas sem critica, por exemplo, “Lembras-te quando falamos de X e tu disseste Y? Eu interpretei isso como Z. Está certo?”

Temos um pacto de não só fazer as coisas bem (eficiência) mas sim fazer as coisas certas (eficácia). Isto parece uma pequena distinção, mas permite a cada elemento a liberdade para utilizar a experiência pessoal, talento e competências que nos orientam no bom caminho.

Encontre relações mais fortes.

Ao longo dos últimos anos, a trabalhar juntos, fizemos um grande esforço para nos conhecermos melhor. Estas conversas muitas vezes são sobre acontecimentos atuais, mas também podem incluir a partilha de experiências antigas, no âmbito do trabalho ou fora do trabalho.

Também partilhamos as nossas fontes de informação, dentro e fora da organização. Fazemos perguntas para compreendermos melhor a situação. Por exemplo, quando a economia sofria o impacto da pandemia, em 2020, o assunto sobre a diferença de rendimentos entre raças e géneros veio ao de cima. Tudo isto levou a conversas sobre a bolsa de valores, propriedades de investimento, bairrismo, como construir uma riqueza geracional, e muito mais. Estes foram momentos de partilha e aprendizagem.

Falar dos desafios.

No nosso escritório, às vezes, ligamos a televisão para ver as notícias e durante 2020 e parte de 2021, as noticias eram perturbadoras. Mas em vez de só ver e regressar em silêncio aos nossos cubículos, cheios de perguntas, comentários e emoções, muitas vezes discutíamos o que estava a acontecer no mundo. O nosso chefe muitas vezes nos dizia para nos juntarmos a ele no seu escritório, para ele ouvir a nossa opinião e experiência sobre as disparidades e desafios que vivíamos no seio dos diferentes grupos sociais a que pertencíamos.

Um dos temas quentes discutidos foi a polícia nos Estados Unidos. O pai do Rich foi polícia e ele partilhou a sua opinião, o que nos fez alargar o âmbito das nossas perspetivas. Conversamos sobre os eventos que levaram à morte de George Floyd e Breonna Taylor e reconhecemos alguns dos nossos preconceitos.

Espalhar a cultura.

Definir estas condições teve um grande impacto não só na nossa equipa, mas também em toda a organização pois passamos a respeitar a diversidade e os benefícios desse respeito estavam visíveis no nosso trabalho. Quando revemos políticas, escrevemos discursos, organizamos reuniões ou pomos em prática estratégias nas redes sociais, trabalhamos no sentido de espalhar uma cultura inclusiva e apoiar os indivíduos no exército americano, principalmente aqueles que foram marginalizados. Queremos normalizar comportamentos positivos e confiança por toda a instituição. Quando o nosso trabalho nesta equipa, estiver completo, esperamos entrar na força operacional e partilhar as nossas experiências, perceções e perspetivas aprimoradas.

Vimos em primeira mão o valor de não ser apenas uma equipa diversificada, mas capitalizar essa diversidade estabelecendo as normas certas, conectando-nos uns aos outros, envolver-nos em conversas duras e comprometer-nos a criar uma organização mais inclusiva. Quando os colegas conseguem por as suas diferenças de lado e se junta, de forma genuína, para ultrapassar os desafios, eles são um exemplo para todos.

Texto adaptado do artigo da autoria de Richard Farnell, Kelly McManus, Sean Imbs, William Branch, Erick Buckner e Isaac Taylor, na edição da revista da HBR da edição de setembro de 2021, disponível em https://bit.ly/3vJxjf5.

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